Hábitos alimentares – desmascarando o verdadeiro “fresco”

você não tem nada a ver com meus hábitos alimentares
Quem é o fresco quando se fala em alimentação? Um desabafo sincero sobre hábitos alimentares e o que realmente importa.

Recentemente, me encontrei em uma situação que misturou doses semelhantes de indignação, desgosto e reflexão. 

Tudo começou quando, em um grupo de cerca de dez pessoas, o assunto chegou a um tema que geralmente agrada gregos e troianos: comida. A afável, prazerosa e querida comida.

Mas diferente da unanimidade que existe em gostar de comer, algo que é individual e um tanto quanto polêmico são hábitos alimentares.

Pois bem, eis que sob este tópico, algumas pessoas começaram a se vangloriar de se seus nocivos hábitos alimentares. Ao invés de manterem bem guardadinhos para si mesmas como algo do que se envergonhar, com orgulho e um humor que para mim não tem a menor graça, alguns se expressaram em frases como:

— Meu vício é Coca-Cola, essa não pode faltar em casa.

Refutando uma das pessoas que disse jantar cedo e, antes de dormir, comer só uma frutinha para não ter um sono agitado, outra disse:

— Quando bate aquela fome às 10 noite eu logo peço um hamburguer para eu conseguir dormir bem.

E outras pérolas surgiram, como mais uma piadinha sem graça sobre alimentos para pessoas com intolerâncias alimentares:

— É sem glúten, sem lactose e sem sabor.

Estou em dúvida sobre qual emoji retrata melhor minha reação para esse tipo de comportamento de fazer chacota de quem tem bons hábitos alimentares e assumir uma dieta nociva com o peito estufado de orgulho: 🙄 ou 🥱. Aliás, qual o emoji que te representa quando o tópico são polêmicas acerca de hábitos alimentares?

Bem, acho que é importante um disclaimer sobre quem sou eu na fila do pão no que tange este assunto.

Pra começar, eu não entro na fila do pão. Não do pão francês, pelo menos. Tem alguns anos que optei por retirar este alimento da minha dieta diária porque eu não digiro bem o glúten. E tem mais. Eu sou intolerante à lactose pra completar o combo de “fresca”, como alguns gostam de designar.

O que eu como então? Arroz, feijão, carne de gado, carne de frango, batata, aipim, saladas, verduras, grãos e todas as frutas.

Mesmo que meu organismo não aceite com tanta facilidade alguns alimentos, me dou ao luxo sim de comer massas, lasanha, pizza, hambúrguer e, claro, doces. Aliás, amo doces

Mas estes últimos não são a regra dos meus hábitos alimentares. Eles entram como uma exceção em um ou dois dias da minha semana.

Por quê?

Porque assim como aqueles que procuram manter hábitos alimentares saudáveis, me considero uma pessoa inteligente. Sei que ingerir constantemente alimentos que causam inflamações no corpo pode causar doenças graves à longo prazo bem como prejuízos na minha disposição, na minha cognição e na minha energia desde já.

Além disso, sou uma pessoa razoavelmente vaidosa. Gosto de cuidar do meu corpo e da minha pele. Sei que entupir o organismo com frituras, alimentos processados e inflamatórios não vão contribuir para que eu sinta contentamento ao me olhar no espelho.

Mas sobre as pessoas que acham o máximo se alimentar mau, o que podemos dizer delas?

Tentei refletir: por que será que esse tipo de pessoas acha tão interessante se gabar de seus deprimentes hábitos alimentares? Me parece que, de alguma forma, elas acreditam que isso as faz parecer mais descoladas ou divertidas.

Mas quer saber de uma coisa? As pessoas mais interessantes e mais inteligentes que eu conheço ou acompanho nas redes sociais coincidentemente são pessoas conscientes de que uma alimentação saudável é o melhor caminho quando o assunto é saúde e bem estar.

E aos que gostam de fazer gracinha com aqueles que preferem comida a produto industrializado eu tenho o seguinte a dizer:

Essas pessoas gostam de chamar quem tem bons hábitos alimentares de frescos, certo?

Vou falar na primeira pessoa mas sei que represento a maioria daqueles que sim, tem hábitos alimentares saudáveis e se orgulham muito disso:

Eu como arroz integral mas como arroz branco também. Como massa sem glúten e como massa tradicional. Como bolo com açúcar, leite, glúten e tudo o que tem direito e como também bolo sem glúten, sem açúcar e sem lactose.

Mas tais pessoas avessas à bons hábitos alimentares e orgulhosas de sua dieta inflamatória fazem boquinha quando tem que comer arroz integral, não toleram massa sem glúten e bolo saudável lhes dá náuseas.

Quem é o fresco aqui, meus caros? 😏

Tem um trecho da Bíblia que é conhecido até mesmo entre aqueles que não a leem, que diz: “comemos e bebamos, pois amanhã viveremos.”

O tipo de pessoas que me inspirou a fazer este desabafo muitas vezes usam um argumento parecido, dizendo que a vida é curta e que querem aproveitá-la da forma como gostam.

Não julgo as escolhas de cada um, mas como é apenas um desabafo, uso também estas linhas para mencionar que o contexto deste versículo fala de pessoas insensatas e um tanto quanto hedonistas.

No fim, cada um é livre para fazer suas escolhas. Mas eu finalizo perguntando a você: quem é realmente “fresco” em um mundo onde cuidar da saúde deveria ser o óbvio?

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2 respostas

  1. “A vida é curta e tem que aproveitar” a vida vai ser mais curta ainda se esses loucos se empanturrarem de plástico, porque, sejamos sinceros, comida industrializada não tem nada de comida. Se olharem os ingredientes do Sneakers, vão achar “pode conter látex.”. Sim, você está uma luva.

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