3 curiosidades sobre os Estados Unidos

Curiosidades sobre os Estados Unidos - política, migração e petróleo
Conheça três particularidades sobre ideologias politicas, petróleo e migração dentro dos Estados Unidos.

Estados Unidos – a maior potência econômica do planeta, onde os arranha-céus de Nova York disputam altura com as sequoias milenares da Califórnia e os desertos áridos do Arizona contrastam com as florestas tropicais do Havaí. País onde você pode comprar um hot dog em um posto de gasolina 24h, mas precisará de um empréstimo para pagar uma emergência médica. Bem-vindos à terra do Tio Sam!

A postagem de hoje é focada em entender a ponto de poder explicar para outros curiosos três particularidades imprescindíveis e peculiares sobre a nação com maior capacidade de moldar o cenário global.

Depois destes breves minutos de leitura você vai entender plenamente:

  • quem são os republicanos e os democratas;
  • qual é a relação dos Estados Unidos com o petróleo;
  • o movimento de migração de americanos para terras vizinhas.

Diferença entre Republicanos e Democratas dos Estados Unidos

Republicanos e Democratas são os dois principais partidos políticos dos Estados Unidos, com histórias, ideologias e bases de apoio distintas.

O termo “progressista” é utilizado principalmente para descrever os Democratas nos EUA. O “conservador”, por outro lado, é geralmente associado aos Republicanos.

Atualmente, o Partido Democrata possui as seguintes características:

  • Ideologia centro-esquerda a progressista.
  • Base eleitoral composta por urbanos, minorias raciais, jovens, mulheres, LGBTQ+, classe média alta educada.
  • Defende o conceito de governo forte em áreas como saúde, educação e bem-estar social.
  • Apoia o acesso irrestrito ao aborto.
  • Promove o casamento igualitário e direitos trans (ex.: banheiro escolar, esportes).  
  • Quer regulamentar a cidadania de imigrantes ilegais.
  • Tem políticas ambientais ambiciosas, como zerar emissões de gases de efeito estufa até 2050.
  • Prega o aumento de impostos para ricos e corporações.
  • É contra a brutalidade dos departamentos policiais.

Alguns símbolos modernos dos Democratas são Joe Biden e Barack Obama.

O Partido Republicano, por sua vez, destaca-se pelos seguintes elementos:

  • Ideologia direita conservadora a populista.
  • Base eleitoral composta por eleitores rurais, brancos sem diploma superior, evangélicos e empresários.
  • Defende a soberania dos Estados e se opõe à interferência federal em temas como aborto e porte de armas.
  • Luta pelos cortes de impostos.
  • É contra o aborto.
  • É restrito quanto aos direitos trans, como proibir tratamentos médicos para menores.
  • Defende a liberdade religiosa para negar serviços a casais gays.
  • É intolerante à permanência de imigrantes ilegais.
  • Possui leis “anti-woke” para banir discussões sobre racismo em escolas.
  • Se opõe a qualquer controle de armas.  

Símbolos modernos modernos do Partido Republicano são Donald Trump e George W. Bush.

Mas nem sempre foi assim. 

Formado na década de 1820, o Partido Democrata tinha características que hoje parecem surpreendentes: não apenas toleravam a escravidão como também a viam como “bem positivo”, argumentando que era essencial para a economia. Chegaram a defender sua expansão para territórios do Oeste dos Estados Unidos.

Os democratas eram conservadores e priorizavam direitos estaduais para proteger o sistema escravista e resistir à interferência federal.

Fundado em 1854, o Partido Republicano surgiu como força abolicionista e progressista. Abolicinista porque eles queriam impedir que a escravidão de espalhasse para o oeste dos Estados Unidos. E sobre ser progressista, o conceito é um pouco diferente do que conhecemos hoje. 

No século XIX, “progressista” caracterizava a classe de pessoas que tinha interesse na modernização econômica através da construção de ferrovias e bancos nacionais e por meio da industrialização; na criação de universidades estaduais para fortalecimento da educação pública; e na igualdade jurídica para negros libertos.

Eles também defendiam um governo federal forte para conter a expansão da escravidão e modernizar a economia. Era o partido de Abraham Lincoln e dos direitos civis pós-Guerra Civil. 

A grande ironia histórica

Sobre os democratas, o partido que no século XIX defendia:
✅ Estados direitos para manter escravidão;
✅ Limitação do governo federal;
✅ Preservação de hierarquias raciais.

… transformou-se no século XX no partido que:
✅ Usa o governo federal para direitos civis;
✅ Defende políticas de igualdade racial;
✅ Promove intervenção estatal em questões sociais.

E o que dizer dos republicanos?

O Partido Republicano no século XIX, da Era Lincoln:
✅ Defendia um Governo federal forte para abolir a escravidão e garantir direitos;
✅ Criou o imposto de renda em 1861;
✅ Tinha como base eleitoral o norte industrial, negros libertos e  abolicionistas religiosos.

… no século XXI é o partido que:
✅ É contra regulamentações federais e minimiza o papel do governo.
✅ É anti-imposto.
✅ Tem como base de eleitores pessoas de pele branca e habitantes de zonas rurais, do sul do país bem como evangélicos.

Estados Unidos e o petróleo

Quem é o maior produtor de petróleo do mundo?

Arábia Saudita, certo?

Errado! 

De acordo com relatórios da U.S. Energy Information Administration (EIA) e da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), os Estados Unidos são atualmente o maior produtor de petróleo do mundo, seguidos pela Arábia Saudita e a Rússia.

Veja o ranking com mais detalhes:

  1. Estados Unidos: produção de ± 13,3 milhões de barris/dia.
  2. Arábia Saudita: produção de ± 10,6 milhões de barris/dia, com o petróleo representando 50% do PIB do país.
  3. Rússia: produção de ± 10,5 milhões de barris/dia. Sanções ocidentais pós-Guerra da Ucrânia reduziram exportações, mas não a produção.

As principais regiões produtoras de petróleo nos Estados Unidos são Texas, Dakota do Norte, Golfo do México e Alasca.

Mas veja um detalhe muito interessante: Os Estados Unidos não têm as maiores reservas de petróleo. Venezuela e Arábia Saudita que possuem.

A diferença está na tecnologia

Sim, os Estados Unidos são a nação que extrai mais eficientemente o ouro negro. Eles fazem isso por meio de extração não convencional, especialmente do xisto betuminoso

Vamos entender, antes de tudo, como é o método tradicional e qual é a diferença para a forma como os EUA fazem o processo.

O petróleo convencional fica preso em rochas sedimentares (como arenito ou calcário) geralmente em profundidades de 500 a 5.000 metros.

Alguns métodos convencionais de extração envolvem:

  1. Perfuração do poço, quando uma sonda perfura verticalmente até atingir o reservatório.
  2. Produção por fluxo natural, onde a pressão do reservatório empurra o petróleo para a superfície. Água e gás podem ser injetados para aumentar a pressão do reservatório e empurrar mais petróleo para os poços.

Ok, estes são o petróleo convencional e os métodos convencionais de extração.

Mas tem o xisto betuminoso.

O xisto betuminoso (ou shale oil, em inglês) é um tipo de petróleo leve que fica preso em rochas sedimentares chamadas folhelhos betuminosos a profundidades de 1.500 a 3.000 metros. Ele revolucionou a produção de energia nos EUA.

O petróleo convencional flui facilmente para poços. O xisto, no entanto, fica “espremido” nas rochas e exige técnicas avançadas para extração.

Para desarraigá-lo das rochas é utilizada uma técnica chamada fracking, ou fraturamento hidráulico.

Ao contrário dos poços tradicionais, que descem verticalmente, os de xisto começam com uma perfuração vertical até atingir a camada de folhelho. Então, a broca faz uma curva de 90 graus e segue horizontalmente por até 3 quilômetros dentro da rocha, maximizando o acesso ao petróleo retido.

E agora, o coração do processo:

Uma mistura de água (90%), areia (9,5%) e produtos químicos (0,5%) é bombeada a alta pressão (até 1.000 atmosferas) para fraturar a rocha. A pressão abre rachaduras microscópicas no folhelho, liberando o petróleo e o gás natural presos. As partículas de areia mantêm as fissuras abertas, permitindo o fluxo contínuo do óleo.

Após o fracking, o petróleo e o gás fluem para a superfície através do poço. Porém, diferentemente dos campos convencionais – que produzem por décadas – um poço de xisto tem um pico de produção nos primeiros meses, seguido por um declínio acentuado:

  • Ano 1: Produz 70% do total.
  • Ano 3: Produção cai para 10–20%.  

Por isso, novas perfurações são constantemente necessárias para manter os níveis de produção.

No Permian Basin (Texas), um único poço horizontal de xisto pode produzir 1.000 barris/dia no primeiro mês, mas após 3 anos, cai para 100 barris/dia. Por isso, empresas perfuram centenas de poços lado a lado.  

Quais são as críticas a este método de extração?

Bem, o consumo de água é imenso. São 15 milhões de litros por poço, o equivalente ao uso anual de 5.000 famílias por poço. Além disso, parte da água contaminada com químicos vaza para aquíferos ou exige descarte em poços profundos.

Também, a injeção de água residual em poços de descarte pode ativar falhas geológicas, provocando terremotos. Oklahoma (EUA), por exemplo, registrou terremotos de magnitude 5.8 em 2016 ligados ao fracking.

Sem falar das emissões. Vazamentos de metano, que é um gás 25x mais poluente que o CO₂, são comuns durante a extração.

Enfim, embora tenha reservas menores de petróleo convencional, desde 2018 o xisto vem fazendo dos Estados Unidos um “game changer”. Em 2024, o xisto representou 65% da produção total de petróleo dos EUA. Em 2005, a nação americana importava 60% do petróleo; hoje, menos de 20%.

Se os Estados Unidos deixarem de ter reservas de xisto, é muito provável que perderão a posição de maior produtor de petróleo do mundo. O petróleo convencional lá encontrado não é suficiente para sustentar a demanda.

Sem o xisto, a produção dos EUA cairia drasticamente, possivelmente para menos de 7-8 milhões de bpd, nível próximo ao da Rússia e Arábia Saudita, que produzem em torno de 9-11 milhões de bpd.

Neste cenário, os preços globais do petróleo subiriam, já que o xisto americano tem sido um fator de estabilização do mercado nas últimas décadas.  

Curiosidade…

Embora autossuficiente, o governo americano segue importando petróleo.

Por quê?

Por motivos técnicos e econômicos.

O xisto americano produz óleo leve e doce.

No entanto, muitas refinarias americanas foram construídas para processar petróleo pesado (viscoso e com alto teor de enxofre), comum em países como Canadá, Venezuela e México.

O Canadá é o país de quem os Estados Unidos mais importa este petróleo pesado. São cerca de 4,3 milhões de barris/dia. México vem na sequência, com 600 mil barris/dia.

Além desta questão técnica, acordos comerciais e estratégicos para fortalecimento de relações econômicas e políticas são outro motivo para negociações de petróleo para estes dois países. 

Sem falar da questão logística. É mais barato importar petróleo do Canadá via oleodutos para refinarias no Centro-Oeste e Costa Leste do que transportar óleo do Texas ou Dakota do Norte para estas localidades.

O último motivo que podemos mencionar são as reservas estratégicas. Os EUA mantêm estoques na SPR (Strategic Petroleum Reserve) e complementam com importações para evitar crises.

Desde 2020, os EUA quase não importam petróleo da Venezuela devido às sanções impostas para pressionar o governo de Nicolás Maduro; nem da Rússia desde que foi iniciado o conflito com a Ucrânia.

De acordo com dados de 2024, além do Canadá e México, os outros fornecedores de petróleo para os Estados Unidos são Arábia Saudita com cerca de 500 mil barris/dia; Colômbia e Iraque, com aproximadamente 300 mil barris/dia cada.

Movimento de imigração dos Estados Unidos

Que milhares de pessoas migram anualmente para os Estados Unidos a gente já sabe. Mas você já ouviu falar do considerável movimento de migração de americanos para o México?

Estima-se que cerca de 1,6 milhão de americanos vivam no México, um número que vem aumentando constantemente por diversos motivos.

O primeiro que podemos mencionar é o custo de vida mais baixo.

Custos básicos como moradia, transporte, alimentos e assistência médica, são consideravelmente mais baixos do que nos Estados Unidos.

A título de exemplo, o aluguel de um apartamento em cidades como Cidade do México, Guadalajara ou Mérida pode custar cerca de 50% a 70% menos do que equivalentes em cidades americanas como Nova York, Los Angeles ou Miami.

Serviços como empregadas domésticas, jardinagem e outros também são acessíveis, algo que é frequentemente considerado um luxo caro nos EUA.

Muitos americanos conseguem viver mais confortavelmente no México com cerca de US$ 2 mil por mês, incluindo aluguel, alimentação e lazer, quantia que poderia ser insuficiente para manter o mesmo padrão em cidades americanas.

Outro motivo para a migração dos americanos para o México foi a popularização do trabalho remoto, consolidado na pandemia de COVID-19.

Com uma conexão estável à internet, muitos americanos optam por morar no México e trabalhar para empresas americanas. Assim, recebem o salário em dólares americanos e gastam em peso mexicano. 

A taxa de câmbio em 2025 (aproximadamente 1 USD = 17 MXN) possibilita que tais trabalhadores remotos tenham um poder aquisitivo no México muito superior ao que tinham nos EUA.

Algumas cidades populares para nômades digitais americanos são Cidade do México, Playa del Carmen e Tulum.

Digno de menção também é a ampla variedade de climas que há no México e o impacto emocional. Muitos que migraram para o país relatam que a experiência de viver em um clima mais agradável, com acesso sustentável a atividades culturais e ao ar livre, melhora sua qualidade de vida e reduz preocupações comuns dos EUA, como estresse e ritmo acelerado.

Sem falar que o México e os Estados Unidos compartilham uma das fronteiras mais movimentadas do mundo, com infraestrutura para sustentar viagens rápidas e convenientes entre os países. Assim, americanos que migram para o México não encontram dificuldades para visitar seus familiares nos Estados Unidos.

Por incrível que pareça, um dos maiores motivos da mudança dos Estados Unidos para o México é o acesso significativamente mais barato a serviços de saúde no país latino.

Muitos mexicanos e estrangeiros optam por clínicas e hospitais privados de alta qualidade por um custo que chega a ser até cinco vezes menor, veja só:

Cirurgia nos EUA: Entre US$ 20 mil a US$ 50 mil.

Cirurgia no México: Entre US$ 5 mil a US$ 10 mil, com cuidados de qualidade.

Sim, tanto jovens como aposentados americanos veem no México uma alternativa viável para um estilo de vida menos frenético e mais acessível.

O que você achou sobre essas curiosidades sobre os Estados Unidos? Já conhecia esses dados? Vou gostar de ler sua opinião nos comentários. ☺️

Gostou deste artigo? Então compartilha com alguém!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Siga-me nas Redes

Mais Lidos

Categorias

Você também vai gostar disso:

Turcos como é o povo turco
Países e Culturas

6 motivos para amar os turcos!

Avarentos, machistas e trapaceiros? Nada disso! Os turcos são um povo maravilhoso e eu tenho como te provar.

sábio idoso conversando no banco da praça com jovem. atencioso você é o reflexo do lugar onde está
Comportamento

Você é o reflexo do lugar onde está

Descubra nesta história inspiradora como a percepção molda sua realidade e como ser reflexo do que você carrega transforma o mundo ao seu redor.