As mulheres russas são conhecidas por sua beleza exuberante e estão sempre no pódio quando o assunto é a etnia das mulheres mais bonitas do mundo.
Além de lindas, as russas também são bem vaidosas. Se você conhece ou já conviveu com uma russa deve ter observado que elas diariamente ostentam lindos e longos cabelos bem cuidados, usam alongamento nos cílios, não saem de casa sem maquiagem e estão sempre com as as unhas em dia.
E se isso não fosse o suficiente, as russas são conhecidas por serem mulheres destemidas, independentes, inteligentes e bem sucedidas.
Hoje nós vamos descobrir quais os fatores que contribuíram para a multifatoriedade dessa etnia que os homens tanto amam e nós, mulheres, tanto “invejamos” — as mulheres russas.
Por que as mulheres russas são tão bonitas?
O conceito de beleza é algo subjetivo e cultural. O que uma pessoa acha bonito pode variar dependendo do contexto social, histórico e pessoal.
No entanto, há uma percepção comum de que as mulheres russas e do Leste Europeu no geral (russas, ucranianas, polonesas, bielorrussas, etc) são particularmente atraentes. Arthur do Val que o diga! 😁
Em um paper publicado no Journal of Marriage and Family, pesquisadores analisaram dados de sites de namoro internacionais. Eles identificaram que homens americanos enviavam 2,5 vezes mais mensagens para perfis de mulheres eslavas do que para latinas ou asiáticas. Comentários anônimos incluíam frases como “Elas são as mais bonitas do mundo” ou “Têm uma elegância natural”.
Outra pesquisa conduzida pela Global Dating Insights com 10.000 homens (principalmente dos EUA e do Reino Unido) mostrou que 28% dos homens preferiam mulheres russas ou ucranianas por causa da “aparência física atraente”. Alguns se expressaram mencionando frases como: “Elas se vestem bem e se cuidam mais” ou “São mais femininas que as ocidentais”.
De onde vem toda a beleza das mulheres russas, ucranianas e etnias que ficam no Leste Europeu?

Há elementos genéticos que podem contribuir para traços físicos comuns nesta região.
O Leste Europeu é um caldeirão genético devido a migrações antigas. Os eslavos orientais (ancestrais de russos, ucranianos e bielorrussos) se misturaram com tribos germânicas, com mongóis e até vikings.
Estudos genéticos, como os do Projeto Genográfico Humano, mostram que populaçõescom alta variabilidade genética podem ter traços mais simétricos, digamos assim.
Genes como o MC1R e o OCA2 são comuns no Leste Europeu, promovendo cabelos loiros ou ruivos e olhos claros. Esses traços são raros em outras populações, o que pode torná-los exóticos e atraentes para quem não os vê com frequência.
Pesquisas em antropologia física, como as de Daniel Lieberman, indicam que populações do Leste Europeu têm faces mais simétricas devido a uma dieta histórica rica em proteínas (caça e pecuária), o que afeta o desenvolvimento ósseo. Simetria é um marcador universal de saúde genética.
Não podemos desconsiderar os fatores epigenéticos e ambientais.
Dietas ricas em peixe, vegetais e laticínios (comum na Rússia e Polônia) promovem pele saudável e cabelo forte. Vitamina D baixa devido ao clima frio pode selecionar genes para pele clara, que absorve melhor a luz solar.
Algumas características físicas comuns em certos povos são definidas devido à adaptação climática. O frio extremo, por exemplo, favorece traços como narizes menores (para reter calor) e corpos mais esguios, o que muitos acham atraente. As russas tem esses dois pontos à favor também.
Mas existem outras peças neste quebra-cabeça.
Muitos atribuem a beleza das mulheres russas e ucranianas à hábitos e normas sociais.
Na cultura russa e eslava, há ênfase em aparência. Mulheres investem em maquiagem, roupas elegantes e estilo de vida fitness. Durante a União Soviética, esportes e balé eram incentivados, moldando corpos atléticos.
Também, países como a Polônia e Ucrânia têm altas taxas de educação feminina, o que correlaciona com confiança e carisma – traços que amplificam a atração.
Por que as mulheres russas são tão vaidosas?
Em uma entrevista ao jornal The Guardian em 2018, a blogueira de moda russa Ekaterina Fedorova disse: “Na Rússia, as mulheres são julgadas pela aparência desde cedo. Há uma expectativa de que você esteja sempre ‘pronta para a câmera’.”
Em um blog no Medium (2024), uma mulher americana casada com um russo em Moscou escreveu: “Convivendo com russas, vejo que a aparência é crucial. Minhas cunhadas passam horas se arrumando, e elas dizem que é por causa da ‘concorrência’ herdada. Mas é mais profundo: na Rússia, beleza é poder social.”
Historicamente, especialmente após a Segunda Guerra Mundial, a Rússia enfrentou um grande desequilíbrio demográfico, com muito mais mulheres do que homens.
Antes da Segunda Guerra Mundial, essa relação não era tão desproporcional.
Em um censo do Império Russo em 1897 relata-se uma população equilibrada, 49,5% homens e 50,5% mulheres. Era uma sociedade agrária com taxas de natalidade altas e mortalidade equilibrada.
Outro censo realizado em 1926, agora já sob o regime da URSS, a proporção era de 47% homens e 53% mulheres. Após a Revolução, a Guerra Civil e a fome de 1921-1922 cerca de 8 a 10 milhões de homens em combates.
Dados do censo de 1939 relataram dados parecidos.
Então tínhamos um desequilíbrio moderado antes da Segunda Guerra Mundial – cerca de 1 homem para 1,08 mulheres.
Mas nada comparável ao pós-guerra!
A Segunda Guerra Mundial amplificou isso dramaticamente.
A URSS sofreu perdas humanas massivas, estimadas em cerca de 26 a 27 milhões de pessoas no total, incluindo civis e militares. Isso representou cerca de 14% da população pré-guerra da URSS, que era de aproximadamente 170 milhões em 1939. O impacto foi desproporcional nos homens porque a maioria das baixas militares era masculina: soldados, partisans e trabalhadores forçados em frentes de batalha.
No primeiro censo completo realizado pós-guerra, em 1959, relatou-se uma população total de 208,8 milhões, com 45% homens e 55% mulheres. Na faixa etária de 35-59 anos (aqueles que eram adultos durante a guerra), a disparidade era ainda maior: cerca de 40% homens e 60% mulheres. Ou seja, dois homens para três mulheres, na proporção.
Hoje, na Rússia moderna, a proporção é mais equilibrada, são cerca de 46,5% homens e 53,5% mulheres segundo dados de 2023.
Embora essa disparidade tenha diminuído, a mentalidade competitiva pode ter deixado uma marca cultural, incentivando as mulheres a se destacarem pela aparência.
Há uma noção cultural na Rússia de que uma mulher deve estar sempre apresentável, mesmo para tarefas cotidianas como ir ao supermercado. A ideia de sair de casa de forma muito casual, como de moletom e sem maquiagem, é menos comum do que em muitas culturas ocidentais.

Uma usuária russa no Reddit comentou: “Há uma herança da era soviética e pós-guerra, onde havia mais mulheres que homens. Minhas avós contavam histórias de como precisavam se arrumar impecavelmente para ‘competir’. Hoje, isso diminuiu, mas ainda vemos mulheres se vestindo bem no dia a dia – é cultural, não só por homens. É sobre autoestima e tradição.” Ela menciona que em cidades como São Petersburgo, é comum ver mulheres com maquiagem completa até para ir ao supermercado.
A pressão social de estar sempre com o visual impecável hoje em dia tem uma fonte diferente — as redes sociais.
No fórum russo Woman.ru, em uma thread de 2022, uma jovem russa mencionou: “É verdade que há pressão, mas vem da sociedade, não da demografia. Redes sociais como VK e Instagram amplificam isso, mostrando modelos perfeitas.”
Para muitas, o processo de se arrumar — fazer maquiagem, escolher uma roupa, arrumar o cabelo — é um ritual diário que aumenta a autoconfiança e o bem-estar. Mas para outra, a pressão interna e externa de parecer “perfeita” o tempo todo é extenuante.

Em uma entrevista ao The Guardian em 2022, uma jovem de Moscou chamada Anna disse: “Na Rússia, você não é só julgado pelo que faz, mas pelo que aparenta ser. É exaustivo, mas é assim que sobrevivemos socialmente.”
A criatividade das mulheres russas
Muitas técnicas e produtos que realçam a beleza feminina são provenientes da Rússia. Dentre elas, podemos mencionar a esmaltação em gel e extensão das unhas, a cuticulagem russa, o lifting labial russo bem como a Russian Volume Lashes, uma técnica que dá volume aos cílios.
Já sabemos que a mulher russa é muito vaidosa e entendemos também de onde vem essa vaidade. Certamente estas técnicas foram desenvolvidas em virtude do cuidado que as mulheres russas sempre tiveram em manter uma boa aparência pessoal.
Mas aqui estamos falando também de criatividade e de originalidade.
Como as mulheres russas se tornaram tão engenhosas nestes cuidados de beleza?
Bem, a escassez foi uma grande propulsora para a manifestação destes talentos.
Durante o período da União Soviética, que começou em 1922 e foi à declínio em 1991, o acesso a cosméticos de qualidade, roupas da moda e outros produtos de beleza era extremamente limitado. Durante a Segunda Guerra Mundial e os anos pós-guerra, a situação piorou.
Isso levou a uma “cultura do faça-você-mesmo” (DIY, na sigla em inglês), onde as mulheres russas usavam conhecimentos passados de geração em geração, inspirados em tradições camponesas e influências de revistas ocidentais contrabandeadas.
Revistas como “Rabotnitsa” (Trabalhadora) ocasionalmente publicavam dicas de beleza, mas o foco era na praticidade.
O resultado?
Uma vaidade resiliente que valorizava a engenhosidade.
As mulheres soviéticas eram mestras em costura, uma habilidade ensinada em escolas e lares. Com tecidos escassos, muitos vindos de uniformes reciclados, cortinas velhas, lençóis, toalhas e até sacos de farinha, elas criavam peças únicas.
Por exemplo, durante os anos 1950-1960, era comum transformar uniformes militares em saias plissadas ou casacos elegantes. Elas usavam padrões de revistas estrangeiras contrabandeadas da França ou EUA para imitar estilos ocidentais, adicionando toques pessoais como bordados com linhas de lã colorida.
Uma técnica popular era o “upcycling” de meias-calças rasgadas – elas cortavam as partes danificadas e costuravam novas com fios de náilon recuperados. Isso resultava em peças duráveis e fashion para o dia a dia.
E não podiam faltar os acessórios!
Sem acesso a bijuterias importadas, as mulheres russas faziam colares e brincos com botões, pontas de vidro de garrafas quebradas ou até sementes de frutas secas.
Em regiões rurais, como na Sibéria, as russas usavam peles de animais para fazer cachecóis ou chapéus, tingindo-os com corantes naturais de plantas como urtiga, para a cor verde; ou casca de cebola, para o marrom. Além de embelezadas, elas ficavam protegidas contra o frio rigoroso.
Muitas russas trabalhavam em fábricas ou fazendas, usando uniformes padronizados. Elas improvisavam adicionando babados costurados à mão ou cintos feitos de cordas trançadas para dar um toque feminino.
Essas práticas não só resolviam a escassez, mas também criavam uma moda “soviética única”, influenciando designers pós-URSS como Slava Zaitsev.

E as mulheres russas sempre foram muito cuidadosas com suas peles!
Cosméticos importados eram um luxo raro, disponíveis só para elites ou no mercado negro.
Então, as russas recorriam a ingredientes da cozinha e da natureza para criar substitutos. Um truque clássico era usar beterraba ralada ou suco de beterraba para colorir os lábios e bochechas, que elas misturavam com vaselina para criar uma pasta cremosa. Se queriam tons mais suaves, então elas usavam cenoura ralada ou pétalas de flores esmagadas.
Como delineador, queimavam rolhas de vinho ou palitos para criar carvão e misturavam com água para um traço escuro. Sobrancelhas eram definidas com lápis comuns ou cinzas de cigarro. A máscara de cílios era improvisada com vaselina e pó de carvão.
Para hidratantes e cremes caseiros, as russas misturavam banha de porco com mel ou iogurte. Elas também faziam máscaras faciais! Usavam ovos batidos com limão para clarear manchas ou pepino fatiado para reduzir inchaços. No clima frio, quando a pele tende a ressecar mais, a solução era uma mistura de óleo de girassol com ervas secas como camomila.
Essa cultura de improvisação não só ajudou as mulheres a manterem a vaidade, mas também fomentou a solidariedade feminina e a inovação.
Quando o regime da URSS caiu e produtos de beleza se tornaram disponíveis, houve uma explosão de consumo e um desejo de aproveitar o que antes era proibido ou raro.
As mulheres russas são inteligentes e estudiosas
Além da vaidade e da beleza, uma das características mais notáveis das mulheres russas é o alto nível de educação.
De acordo com dados do Banco Mundial e da UNESCO (até 2023), a Rússia tem uma das taxas de alfabetização mais altas do mundo, com cerca de 99,7% para adultos, e as mulheres frequentemente superam os homens em matrículas no ensino superior.
Por exemplo, em 2022, cerca de 60% dos graduados em universidades russas eram mulheres, com foco em áreas como ciências, engenharia, medicina e artes.
Comparando as russas com as americanas ou europeias ocidentais, podemos dizer que o acesso à educação é similar. No entanto, as mulheres russas tendem a valorizar mais o conhecimento clássico, como literatura (Tolstói, Dostoiévski) e artes, devido à herança cultural soviética que promovia educação universal.
Mulheres como a matemática Olga Ladyzhenskaya ou a cosmonauta Valentina Tereshkova ilustram essa tradição de excelência intelectual, que continua em figuras modernas como a programadora Natalia Kaspersky.
As mulheres russas são resilientes e independentes
As mulheres russas são frequentemente descritas como independentes e resilientes. Podemos dizer que são heranças das guerras que este povo enfrentou.
Desde o Império Russo (século XVIII até 1917) até a União Soviética (1922-1991) e o período pós-soviético, o país enfrentou invasões, revoluções internas, guerras mundiais e colapsos econômicos.
Esses eventos não foram apenas batalhas políticas ou territoriais; eles criaram escassez de mão de obra masculina, forçando as mulheres a preencherem lacunas em todos os setores da sociedade.
No século XIX, a Rússia era uma sociedade patriarcal e agrária, onde as mulheres camponesas já trabalhavam duro nas fazendas ao lado dos homens.
A Revolução Industrial russa, inspirada na europeia, começou a atrair mulheres para fábricas urbanas, mas com condições precárias – jornadas de 12-16 horas, salários baixos e nenhum direito trabalhista.
Mais tarde, pulando para 1914, a Rússia/URSS sofreu perdas massivas nas duas guerras mundiais, na Guerra Civil Russa (1917-1922) e até intervenções posteriores, como no Afeganistão (1979-1989).
Enquanto os homens estavam no exército, participando de guerras, as mulheres russas estavam preenchendo vagas em fábricas de munições e têxteis. Elas até mesmo participavam de marchas e protestos junto com homens em prol de pão e carvão.
Lembra do poderoso exército vermelho, força imponente que garantiu a vitória dos Aliados na Segunda Guerra Mundial?
Pois então, cerca de 800.000 mulheres serviram no Exército Vermelho, incluindo snipers como Lyudmila Pavlichenko (com 309 mortes confirmadas), pilotos como as “Bruxas da Noite” (um regimento aéreo feminino que bombardeava nazistas à noite) e partisans em florestas.


Fonte: Military Story Now
As mulheres russas não só lutavam; operavam tanques, dirigiam caminhões e trabalhavam em linhas de frente. Em Leningrado (atual São Petersburgo), durante o cerco de 872 dias (1941-1944), mulheres mantiveram a cidade viva, trabalhando em fábricas sob bombardeios e fome, com rações diárias de apenas 125g de pão.
Em contraste com as japonesas na Segunda Guerra Mundial, que estavam focadas na produção doméstica; ou as britânicas, que atuavam em papéis auxiliares administrativos e de inteligência; as mulheres russas tinham papéis combativos.
Mais tarde, a Revolução de 1991, que resultou no colapso da URSS, trouxe caos econômico, com hiperinflação e desemprego, forçando mulheres a se adaptarem novamente, muitas vezes em múltiplos empregos.
Os trabalhos exercidos pelas mulheres russas não eram de longe glamourosos. Pelo contrário! Envolviam exaustão física e emocional.
Mas foram essas raízes que fomentaram a cultura de as mulheres russas serem independentes e resilientes. Livros como “A guerra não tem rosto de mulher”, de Svetlana Alexievich (Prêmio Nobel de Literatura em 2015), coletam testemunhos de mulheres soviéticas, revelando histórias de trauma e força.
Hoje, esse legado de força, autonomia e dedicação se reflete em mulheres russas com altas taxas de emprego (cerca de 70% em 2020), educação superior e independência financeira.
Pois é . . . percebemos que o torna as mulheres russas fascinantes não é uma única característica, mas a convergência única de fatores históricos, genéticos e culturais que moldaram uma identidade feminina singular.
Elas carregam em si a elegância de quem aprendeu a encontrar beleza na escassez, a determinação de quem construiu o próprio caminho quando não havia estrada, e a sabedoria de quem transformou cada obstáculo em oportunidade de crescimento.
E você, já conhecia a história das mulheres russas? Se quiser saber mais detalhes sobre o papel feminino nos conflitos russos, não deixe de ler este livro aqui, “A guerra não tem rosto de mulher”, de Svetlana Alexievich. Ele é acessível e emocionante ao relatar testemunhos diretos de mulheres soviéticas na Segunda Guerra Mundial. Como já mencionado, foi Prêmio Nobel de Literatura 2015. Se você ler, depois volta aqui pra inserir suas impressões nos comentários. ☺️