Eu odeio o Natal

Eu odeio o Natal

Odiar é uma palavra forte. Na verdade, eu não gosto do Natal.

Sei que é uma opinião impopular e que alguns podem me condenar e criticar por expressá-la. “É uma data tão especial para lembrar de Jesus!” “É uma ocasião que reúne a família.” “A decoração, as luzes, as músicas. Tudo é tão lindo e mágico!”, você talvez pode rebater.

Sim, concordo que há graciosidade e encanto em certas coisas que envolvem o Natal.

Mas mesmo assim, permita-me apresentar os motivos que resultam no meu desgosto por essa celebração.

Antes de tudo, quero deixar claro que sou cristã. Acredito que há um único Deus verdadeiro, o Deus da Bíblia; e que Jesus Cristo é o seu Filho, o prometido Messias.

Com a rápida propagação das informações que encontramos na Internet, atualmente é bem conhecido o fato que Jesus não nasceu no dia 25 de dezembro. Aliás, nem em dezembro ele nasceu. Evidências levam a crer que Jesus nasceu em outubro, sem precisar um dia exato.

A escolha do 25 de dezembro como a data do nascimento de Jesus foi instituída por homens, sem respaldo bíblico, e está ancorada em festividades pagãs.

O que é o paganismo? O paganismo está ligado à adoração politeísta, ou seja, de vários deuses que não o Deus verdadeiro. 

Conseguiu fazer a conexão? No Natal, quando as pessoas lembram de Jesus, elas estão o fazendo exatamente numa data instituída de acordo com celebrações de quem não adora o Deus verdadeiro.

“Mas quando eu comemoro o Natal, eu não faço isso considerando aqueles costumes pagãos. Eu aproveito a data para pensar em Jesus e ficar com a família”, talvez você pense.

Ok, é um argumento compreensível.

Mas vamos pensar no seguinte. Vou fazer uma comparação utilizando o sexo feminino como base, mas vale igualmente para leitores masculinos, com as devidas adaptações.

Imagine que você está noiva do homem da sua vida e vocês estão marcando a data para o grande dia, o casamento.

Seu noivo já foi casado uma vez, mas quanto a você, será o seu primeiro (e único) casamento.

Eis que seu noivo sugere uma data. Sabe qual? É exatamente o mesmo dia que ele casou com sua primeira esposa.

Você argumenta com ele mencionando que gostaria que fosse uma data singular, marcada apenas pela união entre vocês dois; e que casar exatamente no dia que ele constituiu matrimônio pela primeira vez seria estranho, afinal, cada comemoração de aniversário traria lembranças não só do grande dia de vocês, mas também do dia que seu futuro marido casou com sua ex-esposa.

Ele, no entanto, é irredutível. Apesar de seu primeiro casamento ter chegado ao fim, a data é a lembrança de um dia que foi especial para ele, logo, ele vê como interessante a ideia de combinar dois eventos importantes para ele na mesma data.

Por mais confiante que você seja, sejamos sinceras: você realmente não se importaria com a escolha dessa data? O ano é repleto de outros dias para casar, por que escolher exatamente o que está ligado a um evento cuja lembrança te faz mal?

Você entendeu o ponto? Por que lembrar de Jesus exatamente numa data ligada à celebrações que são totalmente opostas ao que ele fez e ensinou?

O que será que ele pensa sobre isso? Refletir sobre a forma como ele se sente é importante para mim, por isso, não gosto de conectar Jesus a algo que é totalmente dissonante de sua essência.

E quando eu penso profundamente sobre o tópico, acho que eu, como uma reles humana mortal, seria prepotente ao escolher uma data para lembrar do homem mais importante que já viveu na Terra. Eu posso fazer isso diariamente, em qualquer momento. Posso e devo, aliás.

Usar o argumento de aproveitar a oportunidade para passar um evento do ano junto com a família igualmente não me isenta do desconforto que a origem da data me causa.

E cá entre nós, reuniões familiares obrigatórias podem gerar tensão, especialmente para quem tem relações complicadas com parentes.

A comercialização excessiva do Natal também me incomoda. Aliás, pensar que o comércio é regido e alimentado por datas religiosas é algo indigesto para mim. O que Jesus fez quando cambistas estavam realizando negócios na frente do templo de Deus? Pegou um chicote e expulsou todos eles, certo? “Parem de fazer da casa de meu Pai um mercado!”, disse ele com firmeza.

Natal, Dia dos Pais, Dia das Mães, Dia dos Namorados, Páscoa, . . . reparou como o comércio é esquentado quase que bimestralmente por datas religiosas? O que seria do comércio sem estas celebrações? “Parem de fazer da casa de meu Pai um mercado!” Para mim a conexão aqui é óbvia.

E você já parou como a figura do Papai Noel é controversa e intrigante? No universo fictício que ele é inserido, há alguma explicação do por quê ele é tão generoso ao presentear algumas crianças e tão modesto ao contemplar outras, mesmo que elas tenham demonstrado o mesmo grau de obediência e bom comportamento no decorrer do ano?

Percebo que, assim como eu, há cada vez mais adeptos à contemplação da farsa do espírito natalino.

A cantora Miley Cyrus expressou publicamente sua tristeza com o Natal, descrevendo-o como uma época de “excesso e ganância”. A atriz francesa Marion Cotillard revelou uma aversão ao Natal que vem da infância: ela brigava todo ano com a mãe, o que criava conflitos intensos e duradouros.

Experimentar a simplicidade de agradáveis momentos semanais com a família; lembrar de Jesus com constância, gratidão e intensidade; e surpreender quem amamos com presentes espontâneos e de coração são gestos que, na minha humilde opinião, não residem nem de longe no Natal.

E você, o que pensa sobre essa época do ano? Estou curiosa para saber sua opinião! 😁

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