Eu demorei pra assistir Vinte e Cinco, Vinte e Um (25 21), famoso k-drama lançado em 2022. Quando o casal não fica junto no final, eu sofro muito.
Minha sobrinha assistiu e insistiu para que eu assistisse. Ela sabia que a sensibilidade da história me arrebataria.
E arrebatou.
Você entende a profundidade de 25 21 ao verificar a trilha sonora da série no Spotify. Ela é extensa e tem a versão instrumental de praticamente todas as músicas cantadas. Quando isso acontece, sei que o que vem é “chumbo grosso”.
Vinte e Cinco, Vinte e Um vai além de um belo romance. Esta linda obra discorre sobre as mudanças e o amadurecimento concedidos pela saída da adolescência e entrada da vida adulta, sobre quão sofrido e satisfatório é o empenho pela busca de nossos sonhos e metas, sobre a doçura que a vida ganha quando granjeamos sinceras amizades, sobre a força e a importância dos laços familiares e sobre a implacabilidade da vida: para conquistar certas coisas, inevitavelmente teremos de desistir de outras.
O puro e doce amor de todas as formas, como eles mesmos definem, que se desenvolveu entre Baek Ijin e Na Hee-do é encantador. Me deixou até enciumada por não ter um amor assim, nascido de uma sincera, profunda e divertida amizade.
A roteirista Kwon Do-eun e o diretor Jung Ji-hyun construíram o casal principal com genialidade e muita arte. Apesar de serem emocionalmente intensos, suas personalidades e diálogos são leves, naturais e extremamente envolventes.
Baek Ijin e Na Hee-do trocam apenas dois beijos no decorrer dos 16 episódios do drama, sendo que um deles é apenas um selinho. O namoro do casal de 25 21 se estende no decorrer de quase dois anos e, no entanto, não é exibida qualquer cena de intimidade física. Mas nada disso é necessário para entender o envolvimento emocional e sentimental entre ambos. A grande maestria das séries coreanas consiste bastante neste aspecto: a intensidade entre os casais não depende do toque físico. Ela habita nos olhos marejados, no sorriso emocionado, nas palavras tão bem escolhidas e nas emoções tão bem representadas.
Eu consegui entender porque Baek Ijin e Na Hee-do não puderam ficar juntos no final e aceitei. Eles não conseguiram carregar consigo um amor para a vida toda, mas eles tiveram suas vidas marcadas por um amor puro e inspirador, que deseja e compartilha a felicidade do outro mesmo que não possa ser desfrutada conjuntamente.
Quando eu ouço uma música muito bonita, que me toca lá no âmago, eu falo um “obrigada” para o cantor, mesmo que ele não me escute. Quando terminei de assistir Vinte e Cinco, Vinte e Um, fiquei com vontade de agradecer. Obrigada, Kwon Do-eun!











