Homens são de Marte, Mulheres são de Vênus. Já leu este livro?
Caso ainda não tenha lido, eu recomendo fortemente. Trata-se do livro de relacionamentos mais famoso e confiável dos últimos tempos. Neste guia, John Gray explica como as divergências entre homens e mulheres podem impedir o florescimento de relações saudáveis e duradouras quando não são compreendidas.
Muitas vezes não é apatia e indiferença, é o modo de processar sentimentos. Nem sempre são críticas e desgostos, mas uma forma de chamar a atenção.
Quando homens e mulheres entendem as particularidades de cada sexo, é como se uma venda caísse dos seus olhos e o resultado é surpreendente.
Neste post iremos discorrer sobre as diferenças entre homens e mulheres no que tange quatro pontos:
- o que cada um espera de um relacionamento
- o que os faz se afastar e perder o interesse
- o que os mantém apaixonados
- o que cada um espera depois de uma discussão
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O que homens e mulheres esperam de um relacionamento?
Homens: Paz.
Mulheres: Segurança.
Homens detestam conflitos desnecessários e estresse emocional constante. Muitos relatam buscar um relacionamento onde possam relaxar, recarregar energias e se concentrar em objetivos pessoais ou profissionais sem interrupções constantes. É como um porto seguro emocional que lhes permita desligar do modo de resolução de problemas que muitas vezes adotam no dia a dia.
Uma frase que expressa bem esse sentimento é: “Querida, hoje foi um dia louco. Só quero assistir um filme e esquecer tudo.”
Segurança, para as mulheres, não é apenas a segurança emocional que vem da confiança, lealdade e apoio; mas também financeira e física. Mulheres frequentemente expressam a necessidade de se sentirem protegidas contra incertezas da vida, como instabilidade econômica ou vulnerabilidades sociais, como estigmas sobre beleza e envelhecimento.
Esse sentimento pode ser exemplificado na seguinte frase: “Você tem planos para o seu futuro?”
Em países como Alemanha e França, pesquisas da Eurostat de 2022 mostraram que 68% das mulheres divorciadas citaram “falta de segurança” (financeira ou emocional) como motivo para o término, enquanto 52% dos homens mencionaram “falta de paz” (conflitos constantes).
Mas aqui temos um paradoxo:
Para as mulheres se sentirem seguras elas precisam expressar sentimentos, discutir preocupações e processar emoções verbalmente. O homem, por outro lado, quer paz. Logo, o que traz segurança para um pode perturbar a paz do outro.
Como lidar com esse dilema?
É importante, primeiramente, que o casal aplique a empatia, ou seja, coloquem-se no lugar de seu parceiro. Assim, homens podem aprender a ver discussões como oportunidades de conexão, não conflito; mulheres podem reconhecer que a “retirada” masculina é uma busca por paz, não rejeição.
Especialistas como Esther Perel e Sue Johnson sugerem que o casal defina horários específicos para discussões profundas, talvez uma vez por semana, por um período de 30 a 45 minutos. Estabeleçam um regra que, se a conversa esquentar, vocês irão parar e retornar quando ambos estiverem calmos.
Dados de estudos globais e brasileiros mostram que casais que investem nisso têm relacionamentos mais duradouros e felizes – por exemplo, uma meta-análise da WHO (2024) indica que equilíbrio emocional reduz divórcios em 20-30%. O segredo é ver as diferenças como complementares, não opostas: a discussão da mulher pode, no final, criar a paz que o homem deseja, ao resolver problemas precocemente.
O que faz um homem e uma mulher se afastar e perder o interesse?
Homens: Se sentir julgado todo o tempo.
Mulheres: Não ser escutada.
Para os homens, julgamentos constantes criam um ambiente de estresse e inadequação, e já vimos que tudo o que eles querem de um relacionamento é paz.
Imagine um homem chegando em casa após um dia exaustivo e sendo bombardeado por sua parceira com críticas como: “tu nunca ajuda nas tarefas” ou “tu poderia ser mais romântico”. Este homem se sente julgado por não atender às expectativas ideais. O homem dificilmente discute neste tipo de questões, lembra porquê? Porque ele só quer paz. Então, tal indivíduo começa a passar mais tempo no escritório ou jogando videogame sozinho com o objetivo de alcançar o sossego que ele tanto almeja.
Com o tempo, isso cria distância emocional, onde ele evita interações para não “falhar” novamente.
Sobre as mulheres, o afastamento surge quando elas se sentem ignoradas ou minimizadas em suas tentativas de comunicação.
Quando não é escutada, a mulher tende a parar de tentar se conectar, levando ao silêncio emocional e ao distanciamento. Isso está ligado à necessidade de segurança emocional: quando preocupações sobre incertezas da vida são desconsideradas, a mulher se sente desvalorizada, optando por se isolar para autoproteção, evitando intimidade ou a busca de apoio,
Isso na prática funciona mais ou menos assim:
Imagine uma mulher tentando compartilhar suas ansiedades sobre o trabalho e finanças com seu parceiro. Ele responde com soluções rápidas ou ignora, dizendo “não é nada demais”. Sentindo-se não escutada, a mulher começa a se afastar, passando mais tempo sozinha ou com amigas, e eventualmente para de compartilhar intimidades, criando um muro emocional.
Uma boa estratégia para os homens consiste em literalmente pedir um espaço, algo como: “Preciso de um momento para processar”. Assim a mulher entende que o afastamento de seu parceiro é algo temporário e comunicado.
Quanto às mulheres, nada melhor que, novamente, usar a sinceridade, expressando claramente suas necessidades por usar frases como “Eu me sinto ouvida quando você . . . ”.
O que mantém um homem apaixonado? O que mantém uma mulher apaixonada?
Homens: Admiração genuína.
Mulheres: Presença emocional.
Homens frequentemente associam seu senso de valor ao reconhecimento de suas conquistas e habilidades. A admiração genuína os faz sentir valorizados e respeitados, fortalecendo sua autoestima e criando um ambiente onde eles querem retribuir com o que? Amor.
Homens querem sentir que sua parceira observa e valoriza suas contribuições, seja no trabalho, nas finanças ou até em pequenas coisas, como consertar algo em casa.
Além das realizações, os homens se apaixonam ainda mais se sentem que são admirados por traços fundamentais de sua personalidade, como bondade, senso de humor ou resiliência.
O Journal of Social and Personal Relationships (2021) publicou um estudo com 3.000 casais mostrando que homens que se sentiam admirados apresentavam níveis mais altos de satisfação conjugal e eram 25% mais propensos a relatar paixão constante no relacionamento. Além disso, 78% dos homens entrevistados indicaram que se sentir admirados os motivava a investir emocionalmente no relacionamento.
As mulheres, por outro lado, frequentemente valorizam a conexão emocional e a segurança afetiva.
A presença emocional mantém as mulheres apaixonadas porque representa escuta ativa, empatia e envolvimento. Isso não significa apenas estar fisicamente disponível, mas estar emocionalmente presente, validando sentimentos, reconhecendo vulnerabilidades e criando um espaço seguro para conversas profundas. A presença emocional também é reforçada quando o parceiro dedica momentos apenas para estar presente – sem distrações, como celular ou TV.
Uma mulher se sente conectada quando sabe que pode desabafar, mesmo sobre coisas triviais, sem medo de ser rejeitada ou julgada.
Um estudo da Universidade de Stanford (2019), com base em mais de 1.500 entrevistas, revelou que 90% das mulheres citaram a “presença emocional constante do parceiro” como o principal fator que mantém a intimidade e a paixão no longo prazo.
Dicas valiosas de como um homem pode mostrar presença emocional é por reservar tempo exclusivo para conversar com sua parceira e, quando estiver neste momento, olhar nos olhos dela e parar tudo o que estiver fazendo.
E para as mulheres, não deixem de elogiar sinceramente as conquistas de seu parceiro, por menores que sejam. E reconheça os bons traços de caráter dele expressando opiniões como: “Eu admiro como você é paciente com as crianças.”
O que homens e mulheres esperam depois de uma discussão?
Homens: Espaço para processar.
Mulheres: Falar e ser entendida.
Do ponto de vista biológico, estudos mostram que os cérebros masculinos e femininos tendem a responder ao estresse de maneiras diferentes. Homens frequentemente ativam sua resposta de “luta ou fuga”, enquanto mulheres ativam sua resposta de “tendência e amizade”, o que as leva a buscar conexão emocional em situações de tensão.
Sendo assim, é comum que, após uma discussão, os homens se distanciem emocionalmente e fisicamente para organizar seus pensamentos, reduzir a tensão interna e evitar reações impulsivas.
Um estudo da Journal of Social and Personal Relationships (2018) com 1.500 casais descobriu que 65% dos homens relataram precisar de espaço após uma briga para “colocar as ideias no lugar” antes de continuar a discussão.
Quando está sob estresse, o cérebro masculino geralmente experimenta uma injeção de adrenalina, o que pode dificultar o raciocínio claro no calor do momento. Manterem-se distantes por um momento permite que o cortisol, que é o hormônio do estresse, diminua, restaurando a calma mental.
Ou seja, quando seu parceiro se afasta após uma discussão, não significa que ele perdeu o interesse. Ele apenas ativou um mecanismo de proteção emocional para lidar com o estresse.
O cérebro feminino, por sua vez, processa emoções de forma mais difusa, ativando múltiplas áreas simultaneamente. Como é de se esperar, somos complexas. 😄
Pesquisas mostram que as mulheres têm mais conexões inter-hemisféricas, ou seja, entre o lado esquerdo e direito do cérebro. Homens, por outro lado, têm mais conexões dentro de cada hemisfério. Isso significa que partes responsáveis pela lógica (hemisfério esquerdo) e emoções/intuição (hemisfério direito) tendem a interagir mais no cérebro feminino.
Impulsionadas pela necessidade de resolver problemas socialmente, as mulheres sentem alívio ao verbalizar seus sentimentos. Elas buscam validação emocional, empatia e um senso de conexão com o parceiro, pois isso reforça a segurança do vínculo.
Um estudo publicado no Journal of Personality and Social Psychology (2017) mostrou que 80% das mulheres acreditam que “discussões precisam de entendimento imediato para que o conflito seja resolvido de forma efetiva.”
Percebe como tudo é uma colcha de retalhos?
Para os homens, a insistência da parceira em continuar conversando pode ser interpretada como pressão, e lembra o que o homem espera de um relacionamento? Paz. Para as mulheres, o afastamento masculino é interpretado como indiferença, e o que faz uma mulher perder o interesse em um relacionamento? Não ser escutada.
Por isso é tão crucial que homens e mulheres entendam suas diferenças, pois o contrário pode resultar em um relacionamento frustrado ou até mesmo finalizado. E o pior! Mesmo que ambos continuem se amando.
Então temos o seguinte cenário: após uma discussão, a mulher quer conversar e resolver prontamente a situação, mas o homem quer se resguardar em busca de paz. Como resolver o impasse de forma que fique conveniente para ambos?
Antes de se retirar após uma discussão, o homem pode dizer para sua parceira: “Eu te ouvi, mas preciso de 30 minutos para processar isso e prometo que voltaremos a conversar.” Quanto à mulher, ela deve tentar segurar sua necessidade imediata de seguir falando, confiando que a conversa continuará depois. Desta forma, ambos se sentirão respeitados e terão suas necessidades atendidas.
Compreender as diferenças no que homens e mulheres esperam dos relacionamentos, o que os faz se afastar, o que os mantém apaixonados e como processam conflitos é essencial para construir um vínculo forte e duradouro. Essas diferenças não precisam ser vistas como obstáculos, mas como oportunidades de crescimento conjunto, desde que ambos estejam dispostos a praticar a empatia e respeitar as necessidades individuais.
Se você gosta deste assunto, sugiro as seguintes leituras:
- “Homens São de Marte, Mulheres São de Vênus”, de John Gray, este livro, que explora genial e claramente as diferenças entre os universos masculino e feminino.
- Muito além de Marte e Vênus, também de John Gray, que aborda os segredos para um relacionamento duradouro.
E também tem três livros excelentes de John Gottman, pesquisador e clínico psicológico americano que fez um extenso trabalho ao longo de quatro décadas na previsão de divórcios e estabilidade conjugal.
- Discuta Certo: Como Casais Felizes Transformam Conflitos em Conexão, este livro aqui.
- Oito conversas para uma vida inteira de amor, este livro.
- Doses Diárias Para o Amor: 7 Dias Para Mais Intimidade, Conexão e Alegria, esta obra.
Se você ler um destes livros, depois volta aqui para contar o que achou! 🩷









