Você já parou para pensar como o mundo reflete o que carregamos dentro de nós? Meu pai conta uma historinha que vai fazer você enxergar isso de forma completamente nova.
Essa história simples traz uma importante reflexão sobre percepção e como somos reflexo do que carregamos no coração.
Somos reflexo do que carregamos no coração
Um senhor idoso e sábio gostava de passar parte do seu dia no banco da praça, observando a movimentação e conversando com as pessoas que dele se aproximavam.
Certo dia, um jovem chegou até o senhor de idade e, depois de cumprimentá-lo, indagou:
— Faz tempo que o senhor mora aqui?
— Sim, eu nasci e me criei nessa cidade. Sempre morei aqui.
— Eu estou de mudança pra cá e queria saber como é esta cidade e como é o povo daqui. O que o senhor tem para me dizer?
O sábio senhor idoso respondeu com outra pergunta:
— Como era na cidade onde você morava?
— Lá é complicado. As pessoas são mal educadas, a cidade é suja, os grandes empresários são corruptos, os serviços da prefeitura são péssimos… é por isso, inclusive, que estou saindo de lá.
— Poxa, aqui é a mesma coisa. As pessoas não se cumprimentam, não cuidam da cidade e está cheio de corrupção nas empresas e no governo.
E o jovem saiu desanimado.
Não muito tempo depois, outro cidadão se aproximou do senhor e depois de se apresentarem e conversarem um pouco, curiosamente o sábio idoso é contemplado com o mesmo questionamento:
— Eu estou de mudança pra cá e não conheço nada sobre essa cidade. Como é a vida aqui?
Então, novamente o idoso fez a pergunta elaborada na primeira conversa:
— Como são as coisas na cidade onde você morava?
— Lá era ótimo! A vizinhança era como uma família pra mim, estávamos sempre cuidando e ajudando uns aos outros. A cidade é limpa, segura e o prefeito está fazendo obras bem interessantes para melhorar ainda mais a qualidade de vida dos moradores. Só estou saindo de lá porque minha esposa mora aqui, se não fosse por isso, moraria lá por toda a minha vida.
O sábio idoso respondeu:
— Você vai ficar feliz com o que eu tenho pra te dizer: essa cidade é exatamente assim como a cidade de onde você veio. Os vizinhos estão sempre dispostos a se ajudar, a cidade tem uma ótima estrutura e a prefeitura está se empenhando bastante em melhorar a cidade.
E o homem saiu da praça animado e satisfeito com a resposta.
Eis que estava na praça uma terceira pessoa que atentamente observou a conversa do sábio senhor idoso com aqueles dois homens. Confuso com a atitude do idoso, esta pessoa se aproximou e perguntou:
— Senhor, perdoe a minha intromissão de escutar suas conversas. Mas por que para o primeiro homem o senhor falou que a cidade era ruim e para o segundo homem o senhor falou que a cidade era boa?
Sabiamente, o idoso respondeu:
— Meu filho, cada um encontra no mundo aquilo que carrega no coração.
Você é o reflexo do que interpreta
Conseguiu captar a mensagem da historinha?
Você talvez já ouviu falar que os italianos são mal educados; os turcos são aproveitadores; os americanos, frios; e os franceses, rudes e arrogantes.
Pois bem, eu tive a oportunidade de conhecer os italianos, os turcos, os americanos e os franceses e nem de longe tive essa impressão deles (com exceção dos franceses, já que toda a regra tem sua exceção).
E quando ouvi essa historinha do meu pai, eu entendi porque: claro que não é uma regra, mas muitos aspectos da vida são definidos ou pelo que entregamos para os outros ou pelo ponto de vista que adotamos sobre a situação.
Somos completamente responsáveis pela forma como interpretamos o que acontece à nossa volta. Somos reflexo do que carregamos e, muitas vezes, o que enxergamos nos outros está em nós mesmos.
Portanto, da próxima vez que você tiver que analisar uma pessoa, um povo ou uma circunstância, lembre-se: sua opinião pode falar mais sobre você mesmo do que sobre eles.
E você? Qual foi a impressão mais errada que já teve sobre um lugar ou uma pessoa? 💭 Me conta nos comentários! ✍️
Uma resposta
Fiquei tocado com a historinha do sábio e percebi o quanto nossas próprias perspectivas moldam nossas impressões sobre o mundo. É quase um convite para revisitar velhas opiniões com gentileza. Já aconteceu de você mudar totalmente de opinião sobre alguém ou um lugar depois de se lembrar dessa ideia?