Moro no Rio Grande do Sul e curiosamente São Paulo nunca fez parte de uma viagem de turismo aqui em casa. Os aeroportos de Congonhas e Guarulhos compunham o meu básico repertório de conhecimento da cidade que é o coração do Brasil.
As impressões que eu outrora tinha de São Paulo eram: cidade poluída, perigosa, movimentada e barulhenta. Ah, e gigantesca.
No entanto, uma necessidade fez com que parte da minha família e eu decidíssemos “turistar” em São Paulo por três dias e o resultado foi que eu refiz o meu conceito sobre a cidade e ainda mais, quero visitá-la mais vezes.
Tenho, inclusive, algumas dicas pra compartilhar e sinceramente desejo que paulistas e simpatizantes mencionem nos comentários outras sugestões.
Em qual bairro de São Paulo ficar?
Essa era nossa principal dúvida uma vez que São Paulo é gigante e não tínhamos qualquer noção sobre qual localidade é mais adequada para procurar hospedagem considerando três essenciais critérios: (1) segurança, (2) boa localização e (3) facilidade de encontrar bons lugares onde comer.
Descobrimos previamente que alguns bairros preenchem bem estes requisitos. São eles:
- Vila Mariana;
- Vila Olímpia;
- Santa Cecília;
- Moema;
- Pinheiros.
Encontramos um hotel em Vila Olímpia e lá ficamos. Não vou compartilhar o nome do mesmo porque a experiência não foi positiva, mas a região é excelente – localização facilitada e bairro lindo, tranquilo e muito arborizado.
Bom Retiro e Liberdade
Logo que chegamos em São Paulo caímos quase que acidentalmente no bairro Bom Retiro. Era um dos locais que almejávemos conhecer pelo fascínio de, digamos assim, estar fora do Brasil dentro do Brasil, uma vez que o bairro conta com uma concentração considerável de imigrantes coreanos e descendentes de coreanos.
Mas o que eu mal imaginava era que isso seria tão presente! Realmente é uma mini Coreia dentro do Brasil. Naquele dia onde lá estivemos, seguramente digo que cerca de 80% das pessoas que transitavam pelas ruas eram de origem asiática.
O pessoal que transitava lá literalmente conversa apenas em coreano entre si; e reparei que muitos, embora jovens, tinham dificuldade com o idioma português. Isso ficou bem perceptível quando entramos num estabelecimento para tomar café da manhã e me senti como Adão no Dia das Mães em meio a tantas pessoas de olhos puxadinhos.

Sobre local para comprinhas e alimentação, encontramos um pequeno shopping bem interessante – KSquare. Mas atenção: é um local pouco movimentado, não conta com muitas lojas tampouco o luxo estilo sul-coreano.
No entanto, gostei muito da proposta porque nota-se que é um lugar não para turistas frequentarem, mas para os próprios coreanos encontrarem produtos e serviços de qualidade no que diz respeito aos seus hábitos e cultura.
Há boas opções para alimentação. A constatação que me fez perceber que eles são autênticos e bem conceituados é que na pequena praça de alimentação há praticamente apenas asiáticos fazendo refeições.
Tivemos a feliz decisão de escolher pelo The Han, onde é possível experimentar autênticos teokbokki, kimbap, bulgogi e outros pratos típicos da culinária sul-coreana. O Chef que no Brasil é chamado de João Son tem mais de 14 anos de experiência e inclusive livro de receitas publicado. Ele garante que, em seu restaurante, cada sabor seja fiel ao encontrado na Coreia.
Logo na entrada do KSquare você encontrará um quiosque da Jini Cosmésticos, empresa especializada em cosméticos sul-coreanos, com produtos de alta qualidade para skincare e maquiagem.
O shopping também conta com o que foi, para mim, o segundo destaque do local, que é um pequeno mercado ou loja de conveniências chamado K-Food Express.

Neste estabelecimento é possível encontrar um variedade bem considerável de produtos autenticamente coreanos com o preço mais acessível dentre os lugares similares que visitamos.
Além de várias opções de lámen, disponíveis no local há dispensers de água quente para você preparar a sua refeição ali mesmo e depois comer na praça de alimentação.
Aliás, foi no K-Food Express que conheci kombucha (que eu amo demais) no sachê! Adquirí uma caixinha e gostei muito, queria voltar pra comprar mais. Indico com confiança!
Outra dica: ali também você encontra o soju, famosa e típica bebida alcoólica coreana, com o preço mais baixo das redondezas. Pensávamos que iríamos encontrar com valor mais barato no mercado e depois tivemos que voltar pra comprar.
E o destaque número um do KSquare foi indubitavelmente, para mim, a clínica de skincare coreano Adelica. Não tivemos tempo hábil para experimentar os tratamentos de pele, que devem ser maravilhosos. Mas na minha próxima visita a São Paulo, não vai faltar!
No entanto, de longe a visita foi em vão porque (1) conhecemos um casal coreano muito atencioso, cordial e experts em skincare coreana e (2) conhecemos a Atomy, que é a marca de produtos que ele vendem.
Me apaixonei pela Atomy, que contempla linhas completas com ingredientes ecologicamente limpos para cuidados com a saúde, a casa, a beleza e cuidados pessoais. Pretendo dedicar um post especialmente para tratar deste assunto uma vez que senti resultados expressivos em minha pele desde que comecei a usar os produtos desta marca.
Ao Bom Retiro de São Paulo pertence uma rua muito interessante para compra de roupas, que é a José Paulino. Parte dela é só para atacadistas, mas percorrendo o espaço você encontrará espaços varejistas com opções lindas de roupas de boa qualidade e bom preço.
Não podíamos sair de São Paulo sem, é claro, visitar o bairro Liberdade. Diferente do Bom Retiro, que é um bairro que acomoda especialmente asiáticos e, dentre esses, coreanos; o Liberdade é o lar de diversas etnias. É o melhor local para encontrar culinária mundial – restaurantes indianos, libaneses, tailandeses, africanos, . . . o Liberdade é o mais cosmopolita bairro de São Paulo.
No dia que estivemos por lá, o movimento estava muito intenso, logo, não pudemos desfrutar de tudo o que o bairro tem a oferecer. Como gostamos de locais mais quietos e menos tumultuados, dentre Liberdade e Bom Retiro, nossa preferência está neste último.
Restaurante e Cafés
São Paulo é um lugar que muito me atraiu em parte pela ampla variedade de locais para comer e experimentar um doce com um cafezinho. Pouco bom isso?!
Felizmente não tivemos nenhuma experiência negativa nem escolha mal sucedida neste contexto e por isso, trouxe comigo algumas indicações de locais.
Nojoud Restaurante Árabe
Algo que não nos fez pensar duas vezes antes de optar por esse restaurante foi algo que anteriormente eu nunca tinha visto no Google: o Nojoud tem nota 5 (classificação vai de 1 a 5) diante de sabe quantas avaliações? Atualmente, 959. Ou seja, quase mil pessoas deram cinco estrelas para este estabelecimento! Isso é inédito para mim.
Eu também avalio com cinco estrelas o Nojoud. O local é bem limpo; a cozinheira é uma libanesa raíz; o atendimento é muito cordial; e a comida, um espetáculo. O dono do restaurante tem como fonte de suprimentos e temperos a própria Arábia, logo, eles conseguem manter integralmente os sabores libaneses.
Manteigaria Portuguesa
Em um dos três dias que ficamos em São Paulo escolhemos o Manteigaria Portuguesa para tomar café da manhã. Restaurante e cafeteria, é uma parada muito satisfatória pra quem gosta de experimentar um pouco do que a culinária europeia tem para oferecer.
Assim como acontece com os outros locais de São Paulo com essência estrangeira, sentimos muita autenticidade nos doces deliciosos que comemos, no café que saboreamos e no agradável e aconchegante ambiente que desfrutamos.

Deve ser uma excelente experiência saborear os pratos salgados em um almoço ou janta no Manteigaria Portuguesa, mas como era café da manhã a refeição no momento, minha irmã e eu dividimos um Jezuita, doce com camadas de massa fina e recheio doce finalizado com amêndoas laminadas e canela. Hum!
Isabela Akkari Doces Artesanais Saudáveis
Eu sempre desejei estar numa confeitaria onde todos os doces fossem, além de deliciosos, saudáveis e feitos com ingredientes reais, e não aquele monte de compostos que a gente mal consegue ler o nome. E não é que esse lugar existe em São Paulo?!
Que emoção foi encontrar e fazer uma refeição na meiga, diminuta e charmosa confeitaria da Isabela Akkari, que produz doces maravilhosos livres de glúten, de lactose e de refinados. Pensa no quão incrível é isso – comer doces sensacionais sem posteriormente se sentir mal ou por estufamento ou por depressão pós prato.

O meu escolhido foi o tradicional e garantido banoffee. E me dei muito bem na escolha! O que eu não sabia é que a surpresa maior viria dois dias depois, quando eu abri o pacotinho do alfajor de pistache que levei pra casa. Que coisa bem maravilhosa! Queria um estoque aqui no meu armário.
Farinella Italian Bakery
A simpática proprietária deste simpático estabelecimento localizado na Avenida Ipiranga de São Paulo nos contou que, há sete anos atrás, ela e o marido, que são italianos, vieram para o Brasil para ficar por um tempo determinado e, no fim, aqui já estão por esses quase dez anos com a família aumentada (eles tem um filhinho que nasceu aqui) e sem planos de voltar para o território italiano.
A Farinella mantém os princípios italianos para com o alimento, inclusive o respeito com a autenticidade e qualidade dos mesmos. Eu amo encontrar lugares assim!
Eu lamentei demais o último pedaço do saboroso cookie de chocolate meio amargo que escolhi! É também possível escolher lanches salgados. Minha irmã, por exemplo, quis um pedaço de pizza de marguerita cujo cheiro já me contavo tudinho sobre suas origens – o molho vermelho tinha algum segredo de família, o manjericão era fresco e a massa foi fermentada naturalmente.
O local onde está localizada a Farinella é uma espécie de galeria com várias lojinhas interessantes. Vale a pena um passeio por lá.
Atendimento
Uma coisa que surpreendeu a mim e minha família foi o atendimento em São Paulo.
Na locadora de carros, nos restaurantes e cafés, nas lojas, nos hoteis . . . foi unânime: todas as pessoas que nos atenderam demostraram muita simpatia, interesse, cordialidade e, quando isso demandava, total conhecimento do produto ou serviço.
Ficamos positivamente surpreendidos, tanto que não tenho uma exceção para mencionar. Sou gaúcha e talvez me acostumei com o jeito mais distante que a maioria das pessoas tem de atender o público por aqui. Mas em São Paulo foi totalmente diferente. Parece que organizaram um treinamento massivo de atendimento ao público e esqueceram de convidar o Rio Grande do Sul.
E você, conhece bem São Paulo? Tem dicas e sugestões para compartilhar conosco? Vou gostar muito de saber.
2 respostas
Pronto! Agora quero conhecer São Paulo! 😂 Obrigada por compartilhar essas super experiências Su.👏🏻
😂😂😂 Vale muito a pena, tu vai amar!!!