8 obras de van Gogh que você provavelmente ainda não conhece

Uma Mulher Caminhando em Um Jardim, de Vincent van Gogh
Van Gogh é muito mais do que obra "A Noite Estrelada". Conheça algumas pinturas desconhecidas deste tão sensível e talentoso artista.

Nas últimas semanas viemos tendo conversas muito interessantes sobre Vincent van Gogh, pintor holandês geralmente considerado o maior depois de Rembrandt van Rijn, e um dos maiores dos pós-impressionistas.

A cor marcante, a pincelada enfática e as formas contornadas de seu trabalho influenciaram poderosamente a corrente do Expressionismo na Arte Moderna.

A arte de Van Gogh tornou-se surpreendentemente popular após a sua morte, especialmente no final do século XX, quando o seu trabalho foi vendido por valores exorbitantes em leilões em todo o mundo e apresentado em exposições itinerantes de grande sucesso.

Em parte devido às suas extensas cartas publicadas, van Gogh ganhou o carinho popular porque, diferente de muitos artistas, suas escritas nos apresentaram ele como pessoa – o que lhe emocionava, o que lhe entristecia, seus ápices e seus delírios.

Van Gogh foi descansar muito precocemente, mas nos deixou um vasto conjunto de obras de arte que incluem mais de 850 pinturas e quase 1.300 obras em papel, dentre as quais temos célebres pinturas, como “Girassóis” e “Noite Estrelada“.

Mas van Gogh possui artes não tão famosas que podem te emocionar. Quer ver algumas? Acompanhe-me neste envolvente passeio.

1. O Moinho Blute-Fin, 1886

"O Moinho Blute-Fin" de Vincent Van Gogh
Le Moulin de Blute-Fin

Pintado em Paris enquanto Van Gogh dividia um apartamento com seu irmão Theo, nesta pintura à óleo o artista fez uma representação dos moinhos de vento locais espalhados pela cidade usando uma paleta de cores mais clara do que as suas obras anteriores, e claramente menos dramática do que as que se seguiriam quando se mudou para o sul de França.

A assinatura relativamente rara indica que o artista considerou esta uma obra acabada. (Museu de Arte de Bridgestone, Tóquio)

2. Praça Saint-Pierre, Paris, 1887

Praça Saint-Pierre, Paris; de Vincent van Gogh
Square Saint-Pierre, Paris
Fonte: Yale University Art Gallery

As pinceladas pontilhadas desta peça lembram o pontilhismo de artistas como Georges Seurat (1859–1891), e as cores evocam o impressionista Claude Monet (1840–1926). Ambos contemporâneos de van Gogh (1853-1890).

Esta foi outra representação de Paris que van Gogh perpetuou durante o tempo onde lá viveu, entre os anos 1886-1888, com seu irmão.

Vincent provavelmente conhecia bem o cenário artístico da capital francesa. Uma das primeiras coisas que fez quando lá chegou foi visitar o Louvre. Também aprimorou suas habilidades na cidade, frequentando aulas de desenho no ateliê de outro artista.

3. Retrato de Etienne-Lucien Martin, 1887

Portrait of Etienne-Lucien Martin, de Vincent Van Gogh
Portrait of Etienne-Lucien Martin
Fonte: Van Gogh Museum, Amsterdam

Etienne-Lucien Martin era o proprietário de um restaurante em Paris onde Van Gogh era cliente regular.

Martin permitiu que o artista realizasse em seu estabelecimento uma exposição de suas próprias pinturas e de obras de arte de seus amigos.

Provavelmente Van Gogh provavelmente pintou este retrato para expressar sua gratidão.

Porém, Martin nunca o recebeu.

Logo após a abertura da exposição, eles brigaram. Martin afirmou que as pinturas de Van Gogh e seus amigos estavam estragando o apetite dos seus clientes. A exposição fechou mais cedo.

O artista originalmente usou cores mais brilhantes para o retrato, mas mudou de ideia e escolheu tons suaves. O pigmento vermelho desbotou com o tempo, tornando as cores ainda mais suaves do que Van Gogh pretendia.

4. Uma Mulher Caminhando em um Jardim, 1887

Uma Mulher Caminhando em Um Jardim, de Vincent van Gogh
La Promenade, femme avec parasol dans un jardin – Fonte:medium.com

Esta imagem tem um apelo artístico que remete à uma fotografia espontânea ou à sensação de que estamos sentados no jardim observando a mulher colher flores.

Não se sabe quem é a mulher da pintura. Nas cartas que Vincent trocava com seu irmão, Theo, não há qualquer menção sobre a pintura ou a mulher nela retratada.

O estilo de van Gogh mudou enquanto estava em Paris e ele começou a usar cores mais vivas como verdes e azuis. No ano em que esta pintura foi feita, Vincent escreveu à sua irmã Wilhelmina: “O que as pessoas exigem na arte hoje em dia é algo muito vivo, com cores fortes e muita intensidade.”

Isso certamente fica claro nesta peça.

5. Pomar com Ciprestes, abril de 1888

Verger avec cyprès - Orchard with Cypresses - Pomar com Ciprestes - de Vincent van Gogh, abril de 1888 - Fonte: theartnewspaper.com
Verger avec cyprès – Fonte: theartnewspaper.com

Na primavera de 1888, van Gogh pintou quatorze telas com árvores frutíferas ou pomares em flor, temas que “fazem todos felizes”. E uma delas foi a cativante “Pomar com Ciprestes”, de abril de 1888. Van Gogh nunca tinha visto ciprestes antes e ficou fascinado pela sua forma e cor.

Mais tarde, quando habitou em Saint-Rémy, essa bela vegetação se tornaria motivo central de muitas de suas obras de arte, quando passou a captar a estrutura do cipreste com pinceladas estilizadas e onduladas, alcançando um estágio mais avançado na sua técnica de pintura.

Van Gogh só conseguiu vender uma única pintura identificada durante sua vida, A Vinha Vermelha, de novembro de 1888.

No entanto, agora ele está entre os artistas mais valiosos de todos os tempos com a belíssima “Pomar com Ciprestes”, leiloada por US$ 117 milhões em 2022.

6. Cabanas em Saintes-Maries-de-la-Mer, junho de 1888

Cottages in Saintes-Maries-de-la-Mer, de Vincent van Gogh
Cottages in Saintes-Maries-de-la-Mer – Fonte: theartnewspaper.com

Embora os primeiros quadros holandeses de van Gogh tenham sido pintados em tons escuros e sombrios, seus trabalhos posteriores, feitos após sua mudança para a França, explodiram positivamente em cores.

A mudança ocorreu quando ele foi para em Paris em 1886, aos 32 anos e descobriu o trabalho dos impressionistas, mergulhando nesse estilo de arte.

Isso abriu seus olhos e o transformou em um colorista consumado. Dois anos depois, quando pintou Cottages em Saintes-Maries-de-la-Mer, numa breve viagem ao Mediterrâneo, van Gogh escreveu que a visão da costa o fez perceber que “a cor tem que ser ainda mais exagerada”.

7. Campo de Trigo com Ciprestes, setembro de 1889

Champ de blé avec cyprès - A Wheatfield, with Cypresses - Campo de Trigo com Ciprestes, de Vincent van Gogh
Champ de blé avec cyprès – Fonte: theartnewspaper.com

As paisagens provençais estão entre as mais belas da França e o tema de van Gogh atrai muito quem, assim como o artista, é apreciador da natureza.

Campo de Trigo com Ciprestes, de setembro de 1889, resume a visão do artista da paisagem cativante. Uma faixa dourada de trigo maduro ondula no primeiro plano enquanto várias oliveiras estão espalhadas pelo campo, e um par de ciprestes escuros ergue-se no canto lateral direito. Ao fundo ficam as colinas dramáticas de Les Alpilles (Os Pequenos Alpes).

Através da arte tão sincera e viva de van Gogh podemos como que nos transportar para esta paisagem encantadora.

8. Retrato da Madame Trabuc, 1889

Retrato da Madame Trabuc, de Vincent van Gogh
Portrait de Madame Trabuc
Fonte: Hermitage Museum, St Petersburg

A paleta de cores simplista que van Gogh utilizou na pintura faz com que o tema se destaque ainda mais, e o buquê rosa na camisa de Trabuc no fundo rosa suave, quase iridescente, contrasta com o azul escuro da peça.

Apesar da beleza da pintura, Vincent não gostava muito do modelo. Sabemos disso devido uma carta que ele escreveu, onde a descreveu como “uma mulher desbotada, uma criatura infeliz e resignada de pouca importância.”

Madame Trabuc era esposa de um atendente do asilo onde Vincent era paciente em Saint-Rémy. Certa vez, Trabuc disse a van Gogh que ela não acreditava que ele estivesse doente, por isso ele talvez tivesse tanto desdém por ela.

O que achou destas pinturas não tão famosas, porém singulares, de Vincent van Gogh? Qual a sua favorita?

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