De quanto dinheiro você precisa para ser feliz?

Dinheiro traz felicidade?
O dinheiro traz ou não traz felicidade? Se o dinheiro traz felicidade, de quanto dinheiro você precisa para ser feliz? A Ciência procurou uma resposta para isto. Confira o que foi constatado.

Para você, o que é felicidade?

Muitos associam felicidade a estar em paz consigo mesmo, ter bons relacionamentos, se sentir seguro e satisfeito com seu trabalho e poder desfrutar de alguns prazeres da vida.

O dinheiro pode bancar isso? O que as pesquisas têm mostrado?

Dinheiro e felicidade

Felicidade é uma condição de bem-estar caracterizada por uma relativa permanência, por emoções que vão desde o mero contentamento até uma profunda e intensa alegria de viver, e pelo desejo natural de que continue. Difere assim do mero prazer, o qual pode derivar de simples contato e estímulo casual.”

“Mero contentamento até uma profunda e intensa alegria de viver.”

Qual a relação do dinheiro com estas emoções, caso haja alguma relação?

O dinheiro permeia muitos aspectos das nossas vidas, influenciando onde escolhemos viver, o que fazemos, onde estudamos e o que comemos, para citar alguns exemplos. Ter dinheiro nos liberta de lidar com questões como a insegurança habitacional ou a incapacidade de pagar cuidados médicos.

De acordo com Jon Jachimowicz, professor de administração de empresas em Harvard, o principal benefício de ganhar mais dinheiro é que ele serve como um amortecedor quando eventos negativos ocorrem na vida. Por exemplo, se não tiver tempo para cozinhar, você pode pedir comida pronta ou, se ocorrer uma emergência médica, você pode pagar a conta rapidamente.

A ideia de que o dinheiro não traz felicidade prevalece há mais de uma década a partir de um estudo que mostrou que ganhar acima do que precisamos para cobrir as necessidades básicas e manter-nos confortáveis era inútil e poderia até tornar-nos menos felizes.

Vou te contar um pouco mais sobre esta pesquisa.

O número mágico

Daniel Kahneman, psicólogo e economista israelense-americano, autor de best sellers como “Rápido e Devagar” e “Ruído: Uma falha no julgamento humano”,  também vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 2002; publicou, em 2010, um estudo influente com o também economista e vencedor do Prêmio Nobel de Economia de 2015, Angus Deaton

Daniel Kahneman e Angus Deaton, da pesquisa sobre o quanto de dinheiro compra a felicidade
Daniel Kahneman e Angus Deaton

Este estudo descobriu que o dinheiro pode aumentar a felicidade somente até certo ponto – cerca de US$ 75 mil em ganhos anuais. A partir deste valor, concluíram os pesquisadores, o dinheiro teve pouco impacto.

Para uma família americana, isto significa mais ou menos U$ 6.000 dólares por mês.

Convertendo este valor para reais e pré-supondo uma família brasileira de quatro pessoas, pesquisadores estimam que o valor para nós, do sul da América, é algo por volta de R$ 25 mil reais por mês, R$ 5 mil reais para cada membro da família, digamos assim. Com este valor é possível garantir uma habitação onde se possa viver confortavelmente, ter as necessidades de alimentação satisfeitas, prover ensino de boa qualidade para os filhos e fazer uma viagem legal nas férias.

Essa noção de que a felicidade chega aos 75 mil dólares tornou-se tão popular que Dan Price, fundador do processador de cartões de crédito Gravity Payments, decidiu em 2015 aumentar os salários mínimos dos seus funcionários para 70 mil dólares anuais – cortando o seu próprio salário para o fazer.

Mas, infelizmente, estes dias acabaram. Os cientistas sociais retiraram os óculos cor-de-rosa e adotaram num novo lema: quanto mais, melhor.

Novas descobertas sugerem que, para a maioria das pessoas, a felicidade melhora com rendimentos mais elevados – até 500 mil dólares por ano.

Vou te contar também sobre esta pesquisa.

O número ultra mágico

Neste debate agora entra Matthew Killingsworth.

Matthew Killingsworth
Matthew Killingsworth

Matthew Killingsworth é membro sênior da Wharton School, uma famosa universidade da Pensilvânia. Ele investiga a natureza e as causas da felicidade humana, incluindo a felicidade no trabalho, a relação entre dinheiro e felicidade, como as relações sociais afetam a felicidade, além de outros vários tópicos.

Em 2021, Killingsworth publicou uma pesquisa a partir da qual descobriu que a felicidade aumenta de forma constante com uma renda bem superior a US$ 75.000, sem evidência de estabilização. Ou seja, quanto mais dinheiro tivermos, mais felizes seremos.

As pessoas ficaram mais gananciosas? Alguma das pesquisas foi falha?

Para reconciliar as diferenças, Daniel Kahneman e Matthew Killingsworth formaram uma dupla no que é conhecido como colaboração adversária, unindo forças com a professora da Penn Integrates Knowledge University, Barbara Mellers, como árbitro. 

O que eles descobriram?

De quanto dinheiro é preciso para ser feliz?

Piscina de dinheiro Tio Patinhas

Um avanço na nova parceria surgiu logo no início, quando os investigadores perceberam que os dados de 2010, que achavam ter revelado o patamar da felicidade, na verdade tinham medido a infelicidade.

“É mais fácil entender com um exemplo”, diz Killingsworth. “Imagine um teste cognitivo para demência no qual a maioria das pessoas saudáveis ​​passa facilmente. Embora tal teste pudesse detectar a presença e a gravidade da disfunção cognitiva, não revelaria muito sobre a inteligência geral, uma vez que a maioria das pessoas saudáveis ​​receberia a mesma pontuação perfeita.”

Os pesquisadores acreditam que, ao invés de medir a felicidade, o estudo de Kahneman mediu a infelicidade – até 75.000 mil dólares, o dinheiro conseguiu frear a infelicidade do grupo analisado. Mas alcançada e superada esta renda anual, o dinheiro extra não conseguiu impedir a infelicidade.

Depois de reanalisar os conjuntos de dados das duas pesquisas, a equipe chegou a uma conclusão nova e mais sutil: o dinheiro pode continuar comprando felicidade para pessoas já felizes, mas entre os mais infelizes, o dinheiro só ajuda a evitar a infelicidade até certo ponto.

“Em termos mais simples, isto sugere que, para a maioria das pessoas, maiores rendimentos estão associados a maior felicidade”, afirma Killingsworth. “A exceção são as pessoas que estão financeiramente bem, mas infelizes. Por exemplo, se você é rico e miserável, mais dinheiro não ajudará. Para todos os outros, mais dinheiro estava associado a maior felicidade em graus variados.”

“Isso não significa que o dinheiro possa resolver todos os problemas de uma pessoa”, disse Killingsworth. E, de fato, pesquisas sobre a ciência da felicidade descobriram que outros aspectos da vida, desde os relacionamentos até os passatempos, têm um impacto mensurável no contentamento.

“Mas o dinheiro pode contribuir para uma vida mais feliz”, acrescentou.

“O dinheiro é apenas um dos muitos determinantes da felicidade”, disse o professor no comunicado. “O dinheiro não é o segredo da felicidade, mas provavelmente pode ajudar um pouco.”

O que dizem outras pesquisas

De acordo com um artigo publicado na Science, a pobreza pode influenciar a função cognitiva de uma pessoa, alterando a forma como pensa e reduzindo o desempenho na memória verbal e na velocidade de processamento

“Do ponto de vista da neurociência, a escassez de dinheiro e recursos sinaliza ao nosso cérebro que existe uma ameaça à nossa sobrevivência”, disse Renetta Weaver à Health, doutora em metafísica e assistente social clínica.

Milana Perepyolkina, autora internacional de dois livros sobre felicidade, acredita que as pessoas confundem prazer com felicidade, o que significa que as correlações entre salário e bem-estar emocional podem não ser precisas. “Se você come um pedaço de bolo, sente prazer”, disse Perepyolkina à Health. “Assim que você termina, o prazer desaparece. Quando você gasta dinheiro, você sente prazer. Várias horas depois, esse prazer também desaparece.”

Perepyolkina observou que mesmo em certas pessoas “que vivem em condições muito precárias, como tendas de plástico improvisadas com todos os seus pertences cabendo em uma bolsa, você notará sorrisos alegres e brilhantes. É porque são gratos pelo que têm: sua vida, sua família e sua comunidade.”

Sabedoria milenar

Apesar de não ser um livro de finanças, a Bíblia também fala sobre a relação do ser humano com o dinheiro. Aliás, traz um ponto de vista muito sensato e equilibrado sobre a questão.

“O amor ao dinheiro é raiz de toda sorte de coisas prejudiciais”, disse o apóstolo Paulo por inspiração divina em 1 Timóteo 6:10.

O Rei Salomão, um dos homens mais ricos que já viveu na Terra, identificou três coisas que podem acontecer com pessoas que amam o dinheiro: ansiedade: “A fartura do rico não o deixa dormir.” (Eclesiastes 5:12); frustração: “O mero amante da prata não se fartará de prata” (Eclesiastes 5:10); e tentação para violar a lei: “Aquele que se precipita para enriquecer não ficará inocente.” (Provérbios 28:20)

Observe que todas estas passagens ensinam que o amor ao dinheiro — não o dinheiro em si — é o que causa danos. Elucida também qual é o papel do dinheiro: nossa proteção, conforme palavras do Rei Salomão em Eclesiastes 7:12. Isso faz sentido porque com dinheiro podemos comprar coisas necessárias para viver; como moradia, alimento, remédios.

A Bíblia associa felicidade genuína à reconhecermos que temos uma necessidade espiritual de adorar um Ser Superior, e a sermos generosos.

Minha opinião sobre esse assunto eu posso te contar se me chamar para um capuccino com cookie de chocolate 70% e nozes pecan, que é o meu preferido do momento. Mas eu amaria saber a sua opinião. Essa é mais fácil de obter. E também de graça. É só você deixar nos comentários. 🙂

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2 respostas

  1. Excelente e completa pesquisa. Assunto muito bom! Super indico a leitura!!!!

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